28 de dezembro de 2010

The Notebook

"Não sou nada especial; disso estou certo. Sou um homem comum, com pensamentos comuns e vivi uma vida comum. Não há monumentos dedicados a mim e meu nome, em breve será esquecido, mas amei uma pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou.
Os românticos chamariam isto de uma história de amor, os cínicos diriam que é uma tragédia. Na minha cabeça é um pouquinho de ambas, (...)."

"Com o tempo, uma pessoa pode se habituar a tudo."

"É a possibilidade que me faz continuar, não a certeza, uma espécie de aposta da minha parte. E embora você possa me chamar de sonhador, de tolo ou de qualquer outra coisa, acredito que tudo é possível.
Sei que as probabilidades e a ciência estão contra mim. Mas a ciência não é a única e definitiva resposta; disso eu sei e aprendi ao longo da vida. E isso me faz acreditar que milagres, por mais inexplicáveis ou inacreditáveis, são reais e podem acontecer sem levar em consideração a ordem natural das coisas."

"Nenhum afogado pode saber qual a gota de água que fez a sua respiração parar; - Charles Ledley"
"Nas horas de luto e sofrimento eu vou abraçar e embalar você, farei da sua tristeza a minha tristeza. Quando você chorar, eu vou chorar, e quando você sofrer, eu vou sofrer. E juntos tentaremos estancar a maré de lágrimas e desespero e juntos vamos superar obstáculos das esburacadas ruas da vida."

"O crepúsculo, percebi então, é apenas uma ilusão, porque o sol está ou acima ou abaixo do horizonte. E isso quer dizer que o dia e a noite estão ligados de uma tal maneira como poucas coisas estão - um não pode existir sem o outro, porém ambos não podem existir ao mesmo tempo."

"Ficamos sentados em silêncio, contemplando o mundo à nossa volta. Levamos uma vida inteira para aprender isso. Parece que somente os velhos conseguem ficar sentados desse jeito, um ao lado do outro sem nada dizer, e ainda assim se sentirem contentes. Os jovens, irrequietos e impacientes, têm sempre de quebrar o silêncio. É um desperdício, porque o silêncio é puro. O silêncio é sagrado. Ele aproxima as pessoas, porque só quem se sente confortável ao lado de outra pessoa pode ficar sentado sem falar. Esse é o grande paradoxo."

"O amor, nestas derradeiras e ternas horas é muito puro e sensível.
Venha, com o poder da luz suave, aurora, acordar um amor para sempre indestrutível"


Hoje terminei de ler o livro "Diário de uma Paixão" de Nicholas Sparks. Na verdade li quase em um dia. É o tipo de leitura que não nos cansa, que nos encanta, nos faz sonhar e abrir o coração para continuar acreditando que amor verdadeiro existe. Fiquei encantada e o terminei com lágrimas nos olhos. Detalhe típico meu, gosto de livros que nos façam sentir o que o personagem sente. Gostei muito e recomendo.

4 de novembro de 2010

Please, smile!

É engraçado como algumas pessoas são sonhadoras, a tal ponto de jurar amor eterno e a luta na vida e na morte. Em contraste, outras que já sofreram com o amor não correspondido e acabaram por colocar os pés firmemente no chão; que com medo negam qualquer sonho, qualquer voo. É uma dor inimaginável ter um amor despedaçado, parecia tão forte, tão bonito. Quem olha de longe sorri, acha que aquilo é realmente para sempre. Os olhos dela se encheram de lágrimas, a separação é o que ela teme, mas não acredita em outro fim. Seus sonhos foram desperdiçados em outro amor. Seu coração ferido não acredita mais em felicidade eterna. E dói, dói tanto vê-la chorar. Acredite, quero gritar. Acredite, faça acontecer. Não se renda ao futuro, não se deixe abater. Eu sei o quanto sofres, mas pequena, o mundo é nosso, o mundo é teu. Tu fazes a tua sorte, tu és teu guia principal. Não se renda! A realidade parece dura, eu sei, mas podemos inverter algumas coisas. A esperança de um amor só se vai com a morte. Ele está ai ao teu lado. LUTO PELO QUE É TEU, pequena. Quero ver o teu sorriso, quero saber que está tudo bem. Por favor, não desista, não se deixe abater!

31 de outubro de 2010

Happy Halloween!

http://d.emule.com/fondo-de-escritorio-halloween/fondo-de-escritorio-halloween.jpg

Sorrisos e lágrimas

Sentimentos. Palavras. Lágrimas. Sorrisos. Por que somos cheios de mudanças de humor? Por que nem sempre conseguimos sorrir quando se quer chorar? Às vezes me sinto tão completa e em questão de segundos tão quebrada. Às vezes parece que a felicidade me sorri e sem que eu perceba já estou limpando o rosto molhado outra vez. Motivos, sempre procurando por motivos. Às vezes me sinto tão quebrada, até sem motivos. Eu olho para os lados procurando por apoio, mas não posso passar a vida me apoiando em quem amo, não quero me sentir um peso na vida de alguém. Tais palavras soam tão inquietas e patéticas, mas sentimentos de culpa acabam por falar mais alto. Culpa de quê? Às vezes nem eu sei.
É estranho esse sentimento de amor inexplicável, pois o medo que vem por trás disso é bem maior. Medo de que? Separação, brigas, desentendimentos. Medo para quê? eu me pergunto. Não sei, só medo. Do que estava falando mesmo? Humor. Sorrisos e lágrimas, nem sempre são lágrimas de dor, certo?! Alívio, eu diria. Mas e a bipolaridade? Sorrisos e lágrimas, nem todos entendem seus sentimentos. Isso assusta, até mesmo seus mais próximos amigos. Eles nunca sabem se te encontrarão de bom ou de mau humor. Medo de novo. Eles me deixariam de lado? Talvez. Solução? Mudanças...
Esforço, muito esforço. Se estressar? Não, melhor não. Luto contra mim mesma insistindo na mudança. Como parece difícil, mas o prêmio está lá na frente, certo? Eu espero que sim. Sorrisos e lágrimas, eu sei que consigo. Tudo parece mais uma vez confuso. O que está acontecendo mesmo? Estou mudando. Mas isso não é o suficiente. Por quê? Só não é... Então não entendo o que queres de mim. Nem eu sei. Por que começamos essa conversa? O motivo está na sua mente. Minha mente não tem culpa. É mais do que a culpada. Mudanças. O que queres dizer com mudanças? Quero mudar. Por que? Serei mais feliz. Acredita nisso? Sim, mesmo que eu tenha que mudar quase tudo, mas serei a pessoa que quero ser. Por que está falando consigo mesma? Para me entender.





PS: não precisa entender, isso foi um surto. escrita sem pensar, só deixando os dedos dançarem sobre o teclado. beijinhos :*

21 de outubro de 2010

Paz, uma profunda e inimaginável paz tomando conta do corpo, da mente, você já sentiu isso? Sentindo como se tudo estivesse em seu devido lugar? Hoje me peguei pensando nisso. E afinal, depois de tanto argumentar, teimar e me indignar, eu concordei com um fato "às vezes mudanças são necessárias para que a vida se torne mais proveitosa".
Na maioria das vezes criamos um escudo para críticas e acabamos errando por não ouvir o que os outros têm para nos falar. Ou talvez nos magoamos demais só de ouvir uma pessoa pedindo para que mude seu jeito. "Eu mudar? Você que se adapte a mim caso queira". Mas nem tudo são flores, às vezes as críticas são necessárias mesmo para nossa própria satisfação.
Um sorriso aparece em meu rosto quando penso na frase "eu fui capaz de admitir meu erro e mudar". Tudo isso parece bobo e sem sentido para quem lê e não sabe do que estou falando. Sendo mais clara em minhas palavras: quando me refiro à mudanças eu quero dizer mudanças comportamentais, mudanças sentimentais, mudanças na personalidade. Quando pensamos que isso vai nos fazer uma pessoa diferente, a verdade por trás disso é completamente diferente.
Esse ano ainda não terminou, mas já ando pensando nas tantas coisas boas que me aconteceram; nas pessoas que conheci; na confiança que ando adquirindo; no amor próprio que ainda estou aprendendo a ter; no meu aprendizado sobre os verdadeiros significados de amor, família, amizade, responsabilidade; coisas que foram marcantes para mim este ano.
Mesmo com seus altos e baixos, eu posso dizer com certeza: em meus 19 anos, esse foi o meu melhor ano.

13 de setembro de 2010

História de um Casamento

"Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente.

Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti liberto enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca
mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar  o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar". Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la  até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã.

Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir."

Me mandaram isso por e-mail hoje e achei importante  compartilhar. (:

7 de setembro de 2010

Fronteiras: escolhas



                Quando pensamos na palavra fronteira, a primeira coisa que nos vem em mente é a separação de países, estados, cidades. Se procurarmos olhar além do citado, a palavra fronteira se estende muito além disso para dentro de nossas vidas. Fronteira significa separação, limite, o extremo de algo.
                Desde que nascemos, nos são impostos limites. Quando crianças nossos pais nos ensinam: não desrespeite os mais velhos, não risque as paredes, não fique muito perto da televisão, senão estraga a vista. Pequenas lições que já impõem a fronteira entre o certo e o errado que nos ajudarão no caminho da vida. Ao nos tornarmos adolescentes nossos gostos se diferenciam, estilos se estabelecem. Algumas pessoas optam por um estilo mais estudioso, passam horas lendo, estudando. Outras pessoas, em oposição, optam por festas, pouca leitura, bebida. Uns são logo chamados de “nerds”, outros de “rebeldes”. São dois grupos, estilos que raramente se misturam e estabelecem entre si uma linha de separação, onde um grupo se superioriza diante do outro.
                Neste mesmo contexto se encaixa perfeitamente a divisão racista que ainda existe no nosso dia-a-dia. O preconceito entre povos, ocidentais e africanos, ocidentais e orientais, estes com os americanos, etc. Esse exemplo é explícito no estado de São Paulo, onde há bairros japoneses, bairros brasileiros, bairros italianos. É uma verdadeira mistura de culturas, porém a diferença é que não há mistura alguma.
                Assim como na nossa vida cotidiana as fronteiras existem, na história são exemplos de fronteiras sociais: a Guerra Fria, entre dois blocos, um socialista (URSS) e o outro capitalista (EUA), e o antigo feudalismo, onde a elite mantinha distância da burguesia. Outro exemplo que poderíamos citar é a separação das crenças religiosas e crenças científicas à respeito da origem da vida e da evolução.
                A verdade é que nossa vida é cheia de fronteiras que deixam à nossa escolha ultrapassá-las ou não. Fica a critério de cada um escolher: o bem ou o mau; o preconceito ou a humildade; o conhecimento ou a ignorância. No final das contas fronteira é um meio de sobrevivência.

13 de agosto de 2010

Welcome to your mind.

Vida - olá. Amor - tudo ou nada. Ódio - repulsa. Amizade - fraternidade. Distância - saudade. Sorrisos - suspeitos. Lágrimas - medo. Ilusão - sacrifício. Desilusão - água gelada.  Perda - vazio. Uma montanha russa: essa seria a definição para a palavra vida. Uma inversão de sentimentos, de valores, de opiniões. Nascemos sem entender o que as pessoas querem de nós ao nos tirarem da barriga da nossa mãe. Lá dentro estava bem mais quentinho que aqui fora. Lá dentro não precisava chorar para sentir minha barriguinha cheia. Lá dentro não havia ninguém me batendo. O que querem de nós aqui? Crescemos aprendendo a nos adaptar, aos nossos pais, às pessoas ao redor, mas principalmente... a nós mesmos. É difícil você entender porquê é de um jeito ou de outro. Geralmente coloca a culpa em sua infância, como lhe trataram quando estava mal entendendo alguma coisa da vida. Não que esteja errado, porém é a única coisa que lhe vem em mente quando se trata da palavra "culpa". Passamos a infância e a adolescência tentando achar-nos. Dizemos ao mundo: eu me conheço. São só palavras. Há coisas que podemos dizer claramente se gostamos ou não, como: cor, filmes, música, comida. Coisas materiais. São nossos sentimentos que são incertos. Você vai para os mesmos lugares com as mesmas pessoas, porque quer? É realmente onde queria estar? Ou acha que se não estiver com estas pessoas com outras não será aceito? A verdade é que não sabemos o que estamos fazendo. Agimos por instinto. Por que começamos a andar com uma pessoa e julgamos outra para no final descobrirmos que estavamos errados? Em um livro há diferença entre capa e conteúdo. Se olharmos somente pela capa, nunca seremos capazes de saber qual foi a frase do livro que perdemos, a frase que poderia mudar a nossa vida para sempre. Muitas vezes ficamos com uma pessoa por causa de amigos que apóiam com todas as forças esse possível relacionamento, por medo. Afinal as pessoas que nos amam sabem o que estão falando, para o nosso bem, certo? Talvez. Mas a nossa vida é só uma, se ouvirmos somente a opinião dos outros não vamos nos perder no meio disso? Não estaremos vivendo a nossa vida, certo?
Achamos ter resposta para tudo isso. São muitas perguntas. A única resposta é: tente ser um pouco egoísta, não o bastante para magoar todos ao seu redor, mas para se conhecer. Para entender o porquê de agir de uma maneira ou de outra. Gostamos de colocar a frase "eu sou assim" diante de todas as críticas. Tem certeza? O que te faz assim? Você gosta de ser "assim"? Pare e pense "e se eu fosse um pouco diferente, seria o que quero ser de verdade ou seria outra pessoa?", quando tiver uma resposta para essa pergunta você poderá dizer "eu sei quem sou".

2 de agosto de 2010

"Até uma criança sabe o que fazer..."

"Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minorá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção. De repente deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- Você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Faça tudo sozinho.
Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas, depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
- Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo.
Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?
- Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?
- Pai , eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo." - Texto tirado from: here.

Se olhassemos ao redor, veríamos que a mudança sempre começará por nós mesmos. O mundo não irá mudar sozinho, não importa o tempo que possamos lhe dar, não irá.

11 de maio de 2010

Escolhas


Música, enfermagem, medicina. Uma atividade que está no meu sangue, uma realidade e um sonho que está em meu coração. A questão de escolhas é complicada. Estou há dias nessas escolhas para não acabar terminando algo por impulso e me arrepender pelo resto da vida. A dúvida me corroi, ou talvez o medo de me afastar de algo que já se tornou parte de mim. Estou com problemas em definir a minha prioridade. No caso, a prioridade está sendo medicina, mas por falta de tempo acabo não me dedicando para nenhuma das tarefas. Música, como poderia viver minha vida sem tocar? Ou talvez perder um ano para depois voltar. Ah, como eu sentiria saudades. Saudades de pegar o instrumento mesmo quando não quero e depois que ouvir o que consigo me alegrar por dentro. Vou sentir saudades disso. Eu sei a resposta óbvia, mas me dói pronunciá-la em voz alta. Quando era pequena pensava que quando fizesse 18 anos eu largaria a música, porque já estaria bem grandinha e odiando essa tarefa que me era obrigatória. O amor por esse dom veio aos meus 16 anos, quando eu finalmente entendi e senti. Hoje a realidade é outra! Eu amo o que faço, mesmo que não com tanta perfeição. E então entra a área da saúde. Algo que tem tudo a ver comigo: ajudar pessoas. O que mais me conforta: ver um sorriso sincero de uma pessoa dizendo "estou bem". Estranho eu acabar me preocupando tanto com os outros. Algumas pessoas dizem pra mim que isso não vale a pena, que se eu me importar tanto com os sentimentos dos outros eu não vou viver nada da minha vida e acabar vivendo os problemas dos outros. Mas eu não nasci para viver a minha vida, eu sinto isso. Desde Março percebo o que acontece comigo. A "bipolaridade" que tenho em minha personalidade. De estar feliz com meus sentimentos e ao ver uma pessoa triste recuar e perder toda a graça do meu sorriso. Não é algo que controlo, é algo que sinto. Sidney me mostrou um texto que realmente mecheu com minha mente, que diz:
"Queres ser médico meu filho? [...] se, indiferente à fortuna, aos prazeres, à ingratidão, se, sabendo que te verás sozinho entre as feras humanas, tens uma alma bastante estóica para te satisfazeres com o dever cumprido, sem ilusões; se te julgas bem pago com a palavra de uma mãe, com um rosto que sorri porque já não sofre, com a paz de um moribundo a quem ocultas a chegada da morte; se desejas conhecer o homem, penetrar em toda a tragédia do seu destino, faz-te médico, meu filho" - Esculápio.
Para muitos talvez isso não faça sentido, mas é o que sinto, é a minha realidade e é algo de que não posso desistir. A verdade é que estou criando forças para dizer "preciso largar o violino", e me dói só pensar nisso. Engraçado de como as coisas mudam ao passar dos anos. Como nossos princípios, crenças e nossa realidade muda enquanto crescemos, experimentamos, vivemos e aprendemos. Isso definitivamente assusta.
Eu já fiz a minha escolha, eu sei disso, já se gravou a resposta e a decisão! Mas preciso de coragem, somente isso! Para poder acordar um dia e dizer "Acabou, está na hora de encarar a realidade. Acabou!"

6 de março de 2010

Koizora 恋空




Koizora, em japonês, Céu do amor. Um doramá. Quando comecei a assistir pensei "só um sonífero pra dormir mais rápido" e me apaixonei. A história nos envolve de tal maneira que rimos de bobeiras e pensamos "será que pareço tão ridícula fazendo o mesmo?" ou "como isso me lembra uma pessoa", nos empolgamos com as borboletas no estômago da personagem, nos envolvemos nas cenas trágicas e choramos, e como choramos. A história começa com Mika, uma garota que finalmente chega em seu segundo grau, apaixonada pela imagem do céu e o que ele representa. É ingênua e idealista. Acredita que o primeiro namorado é aquele que andará com ela no mesmo passo, que olhará para as mesmas coisas, que lhe dirá do que gosta, e beijo?! Somente depois, depois de muito tempo. Em ajuda à amiga ela escreve um bilhete a um garoto de outra turma, pedindo que este lhe mande um e-mail, como eles chamam os nossos famosos SMS's. Mas quando entra na sala deste, Hiro, o melhor amigo do garoto é o único presente ali. Debocha quando vê que Mika escreveu um bilhete "romântico" para o amigo (ciúmes, nem um pouco) e inesperadamente a beija. Para uma menina completamente idealista, o que é um beijo espontâneo e sem nenhum compromisso? Hiroki Sakurai, este era seu nome. Espontâneo, rápido e forte como o rio (como ele mesmo se compara depois). Em seguida estraga o aniversário da menina por decepcioná-la arrancando uma plantinha (mosquitinhos, flores brancas pequenas) do chão, desejando por presenteá-la. Ao ver lágrimas nos olhos dela, ele devolve a planta à terra e passa a cuidar desta. E mostra que consegue seguir no mesmo passo que ela, andar de mãos dadas, e não se beijar. Mas o tempo lhes é injusto. Intrigas e mais intrigas. Gravidez, perdão dos pais, aborto natural, sofrimento, tumor, câncer. Ele a evita e depois de muito e muito tempo ela descobre o que aconteceu. Ela já tinha um outro alguém, já estava noiva e feliz. Então por que ainda queria vê-lo?! Mais intriga, desmancho do noivado, lágrimas. Ela finalmente o vê mais uma vez. Ela o amava, todo esse tempo ela o amava. Como podia negar isso a si mesma tentando esquecê-lo? E jamais negaria a ele ao vê-lo. Ela o amava. Passam os últimos dias juntos, acreditando em um milagre. Mas a doença é mais forte que ele. O último toque, a última olhada. "Naquela época, eu vivia em um mundo muito pequeno, Eu não percebia que era um mundo pequeno. Eu sentia como se tivesse que viver com toda a minha força. 'Isto sou eu' eu pensava. Não vou mudar. Eu realmente achava isso. Que eu mudaria ao me apaixonar era algo que eu não podia nem imaginar. Só por se apaixonar, as cores do cenário mudam... E você consegue ouvir o vento soprando gentilmente. Eu não sabia que tudo neste mundo mudaria. Aquele que me ensinou isso foi o Hiro. Mas... o Hiro que me ensinou tudo isso... não está... mais aqui." diz ela (no começo do doramá). Se fosse para descrever em uma palavra seria lágrimas. Você não consegue realmente se segurar ao assistir pela primeira vez e sem saber o que acontecerá. Os atores são verdadeiros. Você acredita no que vê. O elenco traz Koji Seto, como Hiro, um jovem ator de 21 anos, que nos apresenta um garoto de presença intensa e sorriso inacreditável. E Mizusawa Elena, como Mika, atriz quase recém descoberta de 17 anos. Por mais dramáticas ou sofredoras que forem as cenas, ela se deu muito bem. O que acontece afinal com a mente depois de assistir algo de tal caráter?! Sua mente se confunde. O que eu faria no lugar dela? Você se pergunta. E sinceramente, quando ela queria se suicidar por ter perdido duas pessoas que ela tanto amava (seu bebê e seu amor), eu a entendi. Mas por sorte depois as palavras que ele deixou para ela em uma carta levanta a cabeça de qualquer um. Somos fortes, do que precisamos mais a não ser de um verdadeiro amor (mesmo que este já tenha passado) e do nosso queixo erguido para encarar cada experiência dessa vida? Precisamos sorrir, sorrir e sorrir. A vida nos foi dada para vivermos, independente de nada.

22 de fevereiro de 2010

That day we meet.


Descansou a chícara sobre o pires e levantou os olhos. Olhos cansados e tristes. Vazios. Se encontrava em um cômodo não muito grande, bem aquecido e com pouca iluminação. Um café no interior da França onde se conheceram. Nevava muito naquele dia e era o único local onde poderia se aquecer, ou talvez não o único mas com certeza o mais próximo. Ele estava sentado à mesa ao lado e sorrira carinhosamente quando a viu se aquecendo perto da lareira. De fato, não o tinha notado quando entrou. – Que noite, ein. – veio, tão de repente, a voz dele cheia de calor, em inglês, e somente então seus olhos captaram o homem. Cabelos fracamente encaracolados, castanhos claro e um sorriso entretido. Usava um sobretudo de pele, que ela poderia julgar ser urso, real. – Gostaria de se juntar a mim? – perguntou apostando outro sorriso mais meigo. A testa dela se enrugou enquanto tirava o cachecol do pescoço. – Nos conhecemos? – perguntou observando aquele rosto que lhe parecia tão conhecido, e ao mesmo tempo, tão estranho. Será que já o vira antes pela França e não o reconhecera? – Não, deveriamos? – retrucou ele abrindo mais o sorriso. Ela estava começando a ficar confusa. Era um homem atraente, de fato. – Não, é que você falou muito naturalmente comigo. Como se me conhecesse. – respondeu virando-se para a lareira outra vez. – Gostaria de tomar algum coisa, sra? – uma voz feminina falando em francês, quase angelical, a fez virar os olhos e se deparar com uma adolescente de cabelos negros e olhos vivamente azuis. Devia ser garçonete. – Um chocolate quente, com uma grande camada de chantilly por cima. – respondeu observando a garota se dirigir ao balcão e repassar o pedido a um velho senhor, baixo e gordo. – E se eu realmente quisesse conhecer você? – inglês, mais uma vez. Ela jurava que mais uma troca de línguas e ficaria louca. Olhou para o rosto do homem, ou seria… rapaz?! – Por que iria querer me conhecer? – perguntou curiosa, e um pouco convencida. – Você me parece interessante. E é bonita, é um grande pulo. – Pulo? O que ele queria dizer com isso? Não devia conversar com estranhos, não em um local tão suspeito como aquele café. Ele podia ser qualquer pessoa, de psicopata à serial killer. – Não se preocupe, só quero uma companhia durante a nevasca. – disse rindo. Devia ter notado o desespero na face da recém formada médica. Ela hesitou de primeira, mas as intenções dele pareciam inocentes e claras. Não teria nada demais, teria?! Dando de ombros ela levantou-se, caminhou até a mesa onde ele estava e sentou-se na cadeira frontal, deixando seu casaco preso nas costas da cadeira. – Daniel. – disse ele estendendo a sua mão gentilmente. Os olhos dela caíram sobre a mão e em seguida a apertou decidida. – Anny. – respondeu cruzando as pernas e soltando a mão de Daniel. – Você é bonita. – disse ele e ela não conseguiu manter a máscara séria que até então trazia no rosto. Um sorriso tímido surgiu ali. A sua idéia era que não o visse nunca mais. Que seria somente uma companhia de nevasca. Mas algumas semanas depois eles se cruzaram em um Hotel de Paris. – Olá Cinderela. – brincou ele sorrindo de orelha a orelha e ela revirou os olhos, mas riu da brincadeira. – Por que Cinderela? – perguntou colocando as mãos nos bolsos do suéter vermelho. – Porque some depois do primeiro encontro. – Encontro?! Isso não devia ter a parte do convite e tudo mais? Por que ele achou que aquilo fosse um encontro? – E talvez isso pertença a você. – continuou tirando do bolso um lenço com as iniciais “A.M.”, e pertencia. – Como me achou? – perguntou Anny guardando o lenço em seu bolso e voltando a olhar para ele. Para seus olhos, mais exatamente. Aqueles olhos… não os tinha visto na escuridão daquele café. Verdes e fundos. Mais fundos do que qualquer oceano, qualquer infinito. Tinha algo neles que ela simplesmente não conseguia explicar nem para si. Não era ele que ela reconhecia naquela noite, eram os olhos dele. Já sonhara muitas vezes com aqueles olhos. Conhecimento, entretenimento, crença, beleza, fidelidade. O que aqueles olhos significavam? – Está me ouvindo? – perguntou ele procurando pelos pensamentos dela e a olhando confuso. – Ahn, desculpe, me distraí. Já volto. – respondeu Anny antes de adentrar no banheiro feminino que ficava à dois metros de onde estavam parados. Loira, olhos azuis, um pouco acima do peso, rosto cheio de sardas. Foi a imagem que apareceu em frente ao espelho. Estava confusa. Molhou o rosto e se olhou mais uma vez no espelho. Estava sem maquiagem. Blusa preta e calça jeans. Saiu do banheiro e encontrou aquela expressão perdida. – Está tudo bem? – perguntou preocupado. Ela balançou a cabeça positivamente e abriu um sorriso gentil. “I see the way he treats you, I feel the tears you cry” a música tocou nitidamente no restaurante. Eles se olhavam cautelosamente, sorrindo.  Daniel a puxou mais para perto. Tudo que fazia parecia ser pensado antes de efetuado. Teria medo de ser recusado ou levar um tapa no rosto? Porem ela não interferia em sua cautela, tinha medo também… Ambos os rostos se aproximaram e os lábios se tocaram com leveza. A mão dele delicadamente passou pelo rosto dela e fecharam os olhos. O beijo combinava. – Eu não quero me machucar mais uma vez. – ela lhe confessou entre beijos e conversas. Amou duas vezes em sua vida. Mas nunca dera certo até então. Mas ela não estava se atrevendo a começar a amá-lo logo de primeiro beijo, estava?! – Eu nunca lhe machucarei. – garantiu.

Ela levantou-se da cadeira. – Gostaria de tomar mais um chocolate, sra. Michaels? – perguntou a mesma garota de cabelos negros e olhos azuis, porém agora 4 anos mais velha. Anny lhe sorriu fracamente. – Por favor. – respondeu seguindo até a lareira e parou com os braços abraçando a parte anterior de seu corpo, se deixando perder naquela chama que efetuava sua dança com elegância. Quase um ano e meio juntos e um telefonema a acordou no meio da madrugada. – Anny... – a sua voz era chorosa. Aconteceu alguma coisa? Ele parecia completamente acabado. – Eles não me deixam, não me deixam. Eu temo que não podemos ficar juntos agora… Espere, espere algum tempo. Nós voltaremos. Eu voltarei. – disse ele em desespero. Mais uma noite mal dormida. Lágrimas, pensamentos de suicídio, mais lágrimas. O que seria agora? Como um beijo foi se tornar aquela obsessão, aquele amor intenso que ela se atrevia sentir? E agora um fim? Mas ela se recuperou, já sorria. – San Francisco. Ainda não a conheço pessoalmente, mas estou feliz com ela, acredito que posso me dar com ela. – explicou Daniel três meses depois sobre uma mulher que tinha conhecido por internet. Mais lágrimas no rosto de Anny. Sua boca se virava para falar dela, estava com ciúmes, definitivamente. “Calma, ele volta” pensou mais uma vez enterrando o rosto no travesseiro e adormecendo em suas amarguras. Alguns meses depois a cena se repetia. Seus lábios se tocaram outra vez. Aquele romance começou mais uma vez. Os sentimentos de Anny acordaram, a fizeram reviver o passado, sorrir, rir, sentir mais uma vez aquele calor que enchia seu peito de amor. Estava feliz outra vez. Seriam para sempre um agora. – Não sei se consigo arriscar. – Não, mais uma vez não, Daniel, pensava ela forjando um riso e dizendo que sabia que aconteceria isso. – Eu me odeio por te magoar, eu me odeio por não saber o que quero. – dizia ele, mas aquelas palavras não queriam dizer nada. Não diziam nada. Mais uma vez ela foi derrubada para a escuridão. Alguns dias depois a novidade chegava a seus ouvidos. San Francisco mais uma vez. DE NOVO?! Não, isso está virando uma fita arranhada, tinha algo errado. – Nós terminamos. – disse ele outra vez e lhe contou o que acontecia, o que lhe incomodava. Depois de tanto tempo sem se falarem, Daniel e Anny finalmente tiveram uma conversa decente. “Me desculpe” era o que ela sonhava em dizer para a garota de San Francisco. Anny não tinha o direito de ter pensado tudo o que pensou. Não tinha o direito de a odiar sem ao menos conhecê-la. “Me desculpe” ela pedia a Deus que ela escutasse sua oração.

- Aqui está. – disse a garota lhe entregando o chocolate com um fraco sorriso no rosto. – Obrigada. – agradeceu Anny segurando a caneca e sentando-se na poltrona mais próxima. O chocolate ainda estava quente. Soprou observando o vapor subir e sumir com a distância que se deslocava. Tomou um gole fechando os olhos. – Ele está namorando, Anny. – dizia Samantha meio cautelosa. A sua amiga de certa maneira virara melhor amiga dele.  Daniel contava tudo para ela, e por causa dela Anny estava sempre ciente do que acontecia. Ou não tão ciente. Ele estava incorporando em sua nova vida. Álcool, e drogas. O que acontecera com o Daniel que ela conheceu um dia? Que a controlava para ficarem sóbrios e lhe dizia que precisava controlar seus descontroles. Um ano de sumiço, de quietude. Sem novidades, sem agonias. Somente comentários inúteis e pensamentos da espera. Estava o esquecendo de pouco em pouco. Logo isso acabaria. Anny logo seria feliz com outra pessoa e lembraria de Daniel como mais um que apareceu em sua vida. Ela terminava de limpar a sua casa com um sorriso no rosto. O telefone tocou. Uma mensagem que mudaria tudo.

Tomou o último gole e virou seus olhos para a janela. Estava nevando, da mesma maneira como quando o conheceu. A neve cobria toda a rua e começava a tomar conta da janela também. A voz de sua amiga soava como uma alerta, tão nitidamente e gritante como naquele dia. Por que ela se desesperou tanto e não quis acreditar? A vida é finita. Mas não é algo que se escolhe terminar. Por que ele escolheu este caminho?! Não, ela não se perguntava mais, mas sentia falta dele. Por que? Um ano de sumiço não lhe fora o suficiente para esquecê-lo? Por que ainda se importava de achar que o amava? – Daniel, Daniel. – dizia ela entre soluços. – Sra Michaels, está tudo bem? – perguntou a menina. – Eu voltarei… ele prometeu. – cochichou ela antes de jogar alguns euros sob a mesinha e sair pela porta afora para a neve. – Por que diabos ele fora me dizer isso? – perguntava ela sem controle. Tropeçou e caiu sob a neve.  – Eu te amo. – cochichou, deixando mais lágrimas corroerem seu rosto.

16 de fevereiro de 2010

Gravity (8)

"Something always brings me back to you.
It never takes too long.
No matter what I say or do I'll still feel
You here 'til the moment I'm gone.
You hold me without touch.
You keep me without chains.
I never wanted anything so much than to drown in your love and
not feel your rain."


Sara Bareilles

11 de janeiro de 2010

Relacionamento à dois ♂♀


"Se você ama alguém deixe-o livre pra voar. Se voltar, é seu. Se não, é porque nunca te pertenceu." essa é a minha concepção de amor. Hoje quando duas pessoas que se amam (ou se admiram) começam a namorar acontece algo imperdoável. Um dos dois, ou até mesmo os dois, entendem que são donos um do outro. Que esta pessoa não pode ter amigos, não pode olhar para outras pessoas, não pode sair para nenhum outro lugar a não ser ao mesmo que seu (sua) namorado (a) vá. Como pode um relacionamento durar quando a relação sofre essa distorção na realidade? A verdade é que mais cedo ou mais tarde um dos dois não aguentará mais, há comportamentos que simplesmente destruirão o namoro, você querendo ou não. Preciso citar exemplos desses comportamentos? Para alguns, talvez. O ciúme, por exemplo, é um dos piores defeitos em qualquer relacionamento. O que você prova para a pessoa sentindo isso? Ou ainda pior, o que você prova para si mesmo? Afinal, o seu namorado não é a sua propriedade, é sua companhia momentânea. Amanhã pode não ser mais, e então de quem sentirá ciúmes? Quem chamará de seu? Essa mania de "meu" só existe com objetos concretos, não com uma pessoa. "Me liga quando acordar" diz ela quando ele lhe deseja boa noite. "Estou em casa amor. Não se preocupe." diz ele quando chega em casa. Chega um momento em que serão mentiras, nada mais do que uma desculpa pelo celular ter descarregado. Ele não mais lhe dirá o que está fazendo, e começará a traí-la com algém menos curioso, e mais sensual, misterioso. Você acredita que se controlar tudo o que seu (sua) amado(a) faz, poderá evitar uma possível traição do lado deste? Como você se engana. Um dia ele dirá "Meu amor, estou indo dormir. Tive um dia cansativo" e então quando você desliga o telefone e dorme, enquanto ele... pega as chaves do carro, acelera, adentra uma outra porta e vai para os braços de outra mulher. E como vai ser no outro dia? Ele te ligará no horário correto, indo ao trabalho e desejando um bom dia para você. E você? Não saberá. Estará ocupada demais pensando em como o seu namorado faz tudo nos horários certos, sem deixar nada passar, que nem perceberá o verdadeiro problema da situação.
No fim de tudo, a conclusão é que quanto menos você se preocupar com o que seu namorado faz, e se preocupar mais em como você é vista nessa relação, mais o relacionamento durará. Saudade não mata o amor e sim aumenta o desejo. Constância cansa. Se duas pessoas estão casadas há anos, significa que têm o espirito da mudança, de constantes diferenças. A liberdade não é pecado, ajuda na escolha. E quando você dá a liberdade ao seu amor, e ele volta para você é porque tudo está certo. Que vocês realmente podem um dia dar certo. E talvez até realizar o sonho de conto de fadas.

5 de janeiro de 2010

Amor


O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha;