11 de maio de 2010

Escolhas


Música, enfermagem, medicina. Uma atividade que está no meu sangue, uma realidade e um sonho que está em meu coração. A questão de escolhas é complicada. Estou há dias nessas escolhas para não acabar terminando algo por impulso e me arrepender pelo resto da vida. A dúvida me corroi, ou talvez o medo de me afastar de algo que já se tornou parte de mim. Estou com problemas em definir a minha prioridade. No caso, a prioridade está sendo medicina, mas por falta de tempo acabo não me dedicando para nenhuma das tarefas. Música, como poderia viver minha vida sem tocar? Ou talvez perder um ano para depois voltar. Ah, como eu sentiria saudades. Saudades de pegar o instrumento mesmo quando não quero e depois que ouvir o que consigo me alegrar por dentro. Vou sentir saudades disso. Eu sei a resposta óbvia, mas me dói pronunciá-la em voz alta. Quando era pequena pensava que quando fizesse 18 anos eu largaria a música, porque já estaria bem grandinha e odiando essa tarefa que me era obrigatória. O amor por esse dom veio aos meus 16 anos, quando eu finalmente entendi e senti. Hoje a realidade é outra! Eu amo o que faço, mesmo que não com tanta perfeição. E então entra a área da saúde. Algo que tem tudo a ver comigo: ajudar pessoas. O que mais me conforta: ver um sorriso sincero de uma pessoa dizendo "estou bem". Estranho eu acabar me preocupando tanto com os outros. Algumas pessoas dizem pra mim que isso não vale a pena, que se eu me importar tanto com os sentimentos dos outros eu não vou viver nada da minha vida e acabar vivendo os problemas dos outros. Mas eu não nasci para viver a minha vida, eu sinto isso. Desde Março percebo o que acontece comigo. A "bipolaridade" que tenho em minha personalidade. De estar feliz com meus sentimentos e ao ver uma pessoa triste recuar e perder toda a graça do meu sorriso. Não é algo que controlo, é algo que sinto. Sidney me mostrou um texto que realmente mecheu com minha mente, que diz:
"Queres ser médico meu filho? [...] se, indiferente à fortuna, aos prazeres, à ingratidão, se, sabendo que te verás sozinho entre as feras humanas, tens uma alma bastante estóica para te satisfazeres com o dever cumprido, sem ilusões; se te julgas bem pago com a palavra de uma mãe, com um rosto que sorri porque já não sofre, com a paz de um moribundo a quem ocultas a chegada da morte; se desejas conhecer o homem, penetrar em toda a tragédia do seu destino, faz-te médico, meu filho" - Esculápio.
Para muitos talvez isso não faça sentido, mas é o que sinto, é a minha realidade e é algo de que não posso desistir. A verdade é que estou criando forças para dizer "preciso largar o violino", e me dói só pensar nisso. Engraçado de como as coisas mudam ao passar dos anos. Como nossos princípios, crenças e nossa realidade muda enquanto crescemos, experimentamos, vivemos e aprendemos. Isso definitivamente assusta.
Eu já fiz a minha escolha, eu sei disso, já se gravou a resposta e a decisão! Mas preciso de coragem, somente isso! Para poder acordar um dia e dizer "Acabou, está na hora de encarar a realidade. Acabou!"